terça-feira, 24 de janeiro de 2012

CONSTRUINDO UM TELHADO - PARTE 6.


ATENÇÃO!   O conteúdo deste post é meramente ilustrativo e contém dicas importantes de casos que necessitam do trabalho de especialistas como Engenheiros e Geólogos, assim como de casos em que se deve chamar o Corpo de Bombeiros e a Defesa Civil .    

Construção dos Caibros

Os caibros são as peças que apoiam as Ripas. Deve-se tomar o cuidado de não deixar vãos muito grandes, pois o caibro não vai aguentar o peso das telhas e vai envergar.
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Então, colocamos uma Terça para evitar que os Caibros fiquem abaulados:
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COMO FAZER?

Determine a quantidade de Terças conforme o tipo de madeira e dimensões do Caibro.


VÃO MÁXIMO DOS CAIBROS [Lc]
TIPO DO CAIBRO
Grupo de Madeira conforme seu tipo
ABC
Caibro de 5 X 61,401,601,90
Caibro de 5 X 71,902,202,50

Fonte: IPT = Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo

Tabela válida para telhados com telhas de cerâmica tipo Francesa. Para outros tipos de telhas os valores são outros.
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Lr = Vão da Ripa = 50 centímetros.

GRUPOS DE MADEIRAS
Grupo A
Grupo B
Grupo C
amendoin
canafístula
guarucaia
jequitibá branco
laranjeira
peroba rosa
cabriúva parda
cabriúva vermelha
caovi
coração de negro
cupiuba
faveiro
garapa
guapeva
louro pardo
mandigau
pau cepilho
pau marfim
pau pereira
sucupira amarela
anjico preto
guarantã
taiuva

EMENDA DE CAIBROS: Caso seja necessário emendar os caibros, não faça a emenda em qualquer lugar. Produre fazer a emenda bem em cima de uma Terça.
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Construção das Ripas


As Ripas são as peças que apoiam as Telhas.

Figura 1: Confecção do Gabarito da Ripa.
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A distância entre uma Ripa e outra vai depender do fabricante da Telha. infelizmente os fabricantes não seguem um padrão único de tamanho de Telha. Já encontrei diferenças significativas entre lotes diferentes de um mesmo modelo de telha. Explicando melhor: haviamos comprado um lote grande telhas de determinado fabricante. Durante a construção efetuamos algumas mudanças no projeto e algumas áreas foram aumentadas. Então tivemos que comprar mais 2.000 telhas. Para não ter problemas com a cor ou com o encaixe tomamos o cuidado de comprar do mesmo fabricante e do mesmo modelo de telha. Entretanto as novas telhas não encaixavam no madeiramento já feito pois eram ligeiramente maiores que as telhas anteriores. O fabricante explicou que eles tem duas olarias em cidades diferentes e que há diferenças nos produtos.
Aliás, é por causa disso que devemos guardar algumas telhas no sótão pois quando alguma telha quebrar, dificilmente encontraremos telhas exatamente do mesmo tamanho.
COMO FAZER?
Meça a distância necessária montando um trecho de telhado.

Confeccione um Gabarito com a distância determinada.
Pregue as Ripas usando o Gabarito.

Inicie pregando as ripas pela primeira fiada de cima, junto à cumeeira. Procure fazer com que a última fiada de cima acabe com telhas "inteiras". Oriente-se pelo desenho seguinte:

Figura 2: Posição das ripas junto à cumeeira.
CUIDADOS: Na montagem das telhas, tomar o cuidado para que cada telha fique bem incaixada nas demais. Não deixar muito apertado.
Veja na foto abaixo um erro muito comum:

Figura 3: Telhas mal encaixadas. 
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As telhas estão mal encaixadas. Então, a água da chuva vai cair bem no meio do vão entre uma telha e outra.
Construção das Ferragens
Algumas peças precisam de Ferragens para complementar a rigidez do conjunto.

COMO FAZER?

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Cálculo das Calhas

Ler a norma brasileira NBR-10.844 - Instalações Prediais de Águas Pluviais
Para o cálculo das Calhas devemos calcular, antes, a quantidade de chuva que vai cair no telhado.
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A quantidade de água que uma chuva joga sobre um telhado varia em função de diversos fatores como o clima (tropical, equatorial, etc.), a estação do ano (primavera, verão, etc.) e a localização geográfica (norte, nordeste, sul, etc.). As Cartas Pluviométricas indicam a quantidade de água que cai e que é indicada em "milímetros". São geralmente a quantidade total de água que cai durante o ano. Dizem 80 milímetros por ano, por exemplo.
Para o cálculo da quantidade de água, não se leva em consideração tais fatores mas apenas a maior intensidade da chuva. Mesmo em regiões de poucas chuvas como no nordeste brasileiro, quando chove a chuva pode ter uma intensiade pluviométrica tão grande como uma chuva em São Paulo. Não é a quantidade total de água que cai mas sim a quantidade em um determinado tempo. Por isso, você deve ter muito cuidado ao consultar as Cartas Pluviométricas. O que importa para  dimensionamento das calhas e condutores é a intensidade pluviométrica, isto é, os litros por segundo.
Um bom número para quantidade de chuva é o seguinte:

0,067 litros por segundo por metro quadrado
Este número corresponde a uma chuva com período de recorrência de 100 anos e com intensidade pluviométrica de 240 milímetros por hora aplicável na maior parte do território brasileiro. Entretanto deve-se tomar o cuidado em determinadas regiões que podem apresentar valores bem acima. Veja na norma NBR-10.844 uma tabela com as intensidades pluviométricas em diversas regiões do Brasil. Para um valor mais preciso consulte o serviço de meteorologia mais próximo e procure ter um mãos pelo menos 50 anos de medição.
EXEMPLO PRÁTICO:
Vejamos como calcular a quantidade de água nas calhas de um exemplo como o da figura abaixo.
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Essa casa tem apenas uma água (para facilitar a compreensão). O telhado mede 8 X 11,70 metros.
Primeiro você deve determinar os pontos de descida de água. Os pontos de descida devem ser livres de interferências como janelas, portas, antenas, etc. Vamos colocar 3 condutores de descida nas posições indicadas na figura acima. Observe que o telhado ficou dividido em 2 áreas. A Área 1 de 7,20 X 8,00 e a Área 2 de 4,50 X 8,00 m.
A água da chuva que cair na Área 1 será recolhida pela Calha 1. A Calha 1 tem duas caídas, metade da água corre para o Condutor 1 e a outra  metade para o Condutor 2. Vamos chamar de V1 a vazão que corre para cada lado na Calha 1. Lembre-se que o ponto que divide a Calha 1 não precisa, necessariamente, estar no meio da calha, podendo estar mais próximo do Condutor 2 para que se tenha menos água correndo para o Condutor 2. Observe que o Condutor 2 vai desaguar bem perto da porta da Cozinha.
DETERMINAÇÃO DAS CALHAS:
V1 = 0,067 X 8,00 X 7,20/2 = 1,93 litros por segundo
Com o mesmo raciocínio, temos a vazão V2 que corre para cada lado da Calha 2.
V2 = 0,067 X 8,00 X 4,50/2 = 1,21 litros por segundo

TABELA DE CALHAS
Capacidade de condução de calhas tipo meia cana com declividade de 2% [litros por segundo]
DIÂMETRO
POLEGADAS4681012
MILÍMETROS100150200250300
Chapa Galvanizada:
7,122,850,290,8154,3
PVC:
12,738,781,6146,8239,1
Consultando a tabela acima, vemos que a Calha 1 pode ter o diâmetro de 100 mm podendo conduzir até 7,1 litros por segundo. Da mesma forma, vemos que a Calha 2 pode ter tembém um diâmetro de 100 mm. Estamos com bastante folga e podemos até pensar em algum obstáculo para o escoamento dentro da calha. Por exemplo, caso haja um entupimento dos condutores 1 e 3, toda a água deverá ser conduzida pelo condutor 2. Neste caso, a vazão total será de 2(1,93+1,21) = 6,28 litros por segundo, ainda dentro da capacidade da calha.
DETERMINAÇÃO DOS CONDUTORES VERTICAIS:
Pela figura, observa-se que o condutor mais solicitado é o Condutor 2 pois deve conduzir a vazão V1 e também a vazão V2.
VC2 = V1 + V2 = 1,93 + 1,21 = 3,14 litros por segundo.

TABELA DE CONDUTORES VERTICAIS
Capacidade de condução de condutores verticais PVC ou Chapa Galvanizada
DIÂMETROVAZÃO [litros por segundo]
POLEGADASMILÍMETROS
2500,57
3751,76
41003,83
615011,43
Para atender à vazão de 3,14 litros por segundo, teremos que instalar um tubo de 100 mm com capacidade de 3,83 litros por segundo.
Algumas peças precisam de Ferragens para complementar a rigidez do conjunto.
A montagem das calhas começa pela peça chamada bocal de descida que deve ser firmemente fixada:

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Depois que terminar a fixação de todos os bocais de saída, começa a instalar as calhas.
Tomar sempre o cuidado de deixar um caimento de pelo menos 2% para garantir que a poeira, terra e areia que forem depositadas serão lavadas na primeira chuva.

DETERMINAÇÃO DOS CONDUTORES HORIZONTAIS:
Chamamos de horizontais mas na verdade precisam ter um certa declividade. Com um caimento de apenas 1% já se consegue um bom escoamento de água. Entretanto, devemos sempre considerar que haverão partículas sólidas como terra e areia na água da chuva. Então o mínimo necessário será de 2%. Com esse caimento, consegue-se uma boa velocidade da água e essa velocidade é suficiente para carregar a areia junto.

TABELA DE CONDUTORES HORIZONTAIS
Capacidade de condução de condutores verticais PVC ou Chapa Galvanizada
DIÂMETROVAZÃO [litros por segundo]
POLEGADASMILÍMETROS
41006,75
512512,25
615019,85
820042,84
1025077,67
12300126,50
A tabela acima leva em consideração a declividade mínima de 2%, tubo de PVC (rugosidade = Lisa). Para outros tipos de materiais não vale. Para tubo de cerâmica, barro, ferro fundido e canaletas feitas com concreto, consultar outras tabelas.
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Caimento de 2% significa que em um trecho de 1 metro ou 100 centímetros, o desnível deverá ser de 2 centímetros.
As calhas de PVC possuem um encaixe tipo macho/fêmea com anel de borracha que garante a estanqueidade.
As calhas de chapa de ferro galvanizados deverão ser rebitadas para garantia da resistência mecânica e estanhadas para garantir a estanqueidade.
NOTA: As tabelas de calhas e condutores acima já levam em consideração o envelhecimento das peças.

Amanhã continuaremos com os tipos de calha, até lá.

Fonte:http://www.ebanataw.com.br/roberto/telhado/tlhcur7.htm

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