terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

COMO ACABAR COM INFILTRAÇÃO PARTE 8.

ATENÇÃO!   O conteúdo deste post é meramente ilustrativo e contém dicas importantes de casos que necessitam do trabalho de especialistas como Engenheiros e Geólogos, assim como de casos em que se deve chamar o Corpo de Bombeiros e a Defesa Civil .  


APLICAÇÃO DE MANTA NOS CANTOS.


     1- O PROBLEMA
A Manta Asfáltica é um produto delicado. Não pode ser dobrada.
Isto quer dizer que quando a manta é aplicada nos cantos entre paredes e no canto entre o piso e a parede, a manta não pode ser dobrada ou ficar dobrada.
Os cantos vivos tornam a manta asfáltica quebradiça podendo surgir trincas por onde a água da chuva poderá passar. As mantas asfálticas são relativamente grossas e ao dobrá-la estamos introduzindo esforços de flexão que rasgam a parte externa da curvatura.
2- A SOLUÇÃO:
Para evitar o trincamento da parte externa da curvatura, a manta deve ser encurvada com um raio mínimo, estabelecido pelo fabricante da manta.
O valor da curvatura varia conforme a espessura da manta e também de fabricante para fabricante.
3- SOLUÇÃO DEFINITIVA:
É difícil para os leigos falar em RAIO DE CURVATURA. Não é qualquer pessoa que tem conhecimento de Geometria e saiba exatamente o que significa um raio de 8 centímetros.
Então, vamos ensinar a fazer o Teste do Prato.
TESTE DO PRATO.
Os pratos possuem o diâmetro mais ou menos padronizado. Na média, encontramos:
Para o prato de sobremesa um diâmtro de 19 centímetros. Isto significa um raio de 9,5 centímetros que é um raio bom para a maioria das mantas asfálticas.
Então, durante a aplicação da manta asfáltica, você poderá fazer este teste.
Siga as instruções seguintes.
4- TESTE DO PRATO:
1 - Pegue um prato de sobremesa;
2 - Encoste o prato no canto entre a parede e o piso e também no canto entre uma parede e outra;
3 - Uma das duas situações pode ocorrer:
3.1 - O prato só tem um ponto de apoio;
3.2 - O prato tem dois pontos de apoio.

JUNTA DE DILATAÇÃO TÉRMICA

1- O SINTOMA:
Lajes e outros componentes estruturais como vigas e pilares quando expostas à incidência direta dos raios solares esquentam e esfriam.
Ao esquentar, o concreto dilata, aumentando de tamanho e ao contrário, ao esfriar, o concreto retrai diminuindo de tamanho.
Vamos ver o fenômeno da dilatação/retração causado pelo efeito térmico com um exemplo prático:
Neste exemplo, temos uma laje grande de 10 metros que se não tivesse uma junta de diltação causaria danos nas paredes laterais.
Então, para permitir que a laje dilate e retraia à vontade, sem trincar as paredes e sem trincar a própria laje, foi projetada uma junta de dilatação térmica em uma determinada posição.
QUAL É O VALOR DA MÁXIMA DILATAÇÃO?
A fórmula que dá a diltação térmica é dada por:
J = J1 + J2
isto é, a dilatação total J é a soma da dilatação J1 da laje 1 com a dilatação J2 da laje 2.
A laje 1 está engastada e, no engaste, ela não sofre deslocamentos de modo que toda a dilatação térmica dela vai se manifestar na Junta de Dilatação.
A laje 2 está simplesmente apoiada sobre um apoio articulado que permite o livre deslocamento de modo que a dilatação da laje 2 é dividida meio a meio entre o apoio articulado e a Junta de Dilatação.
A fórmula genérica da dilatação é dada por:
J =  . L . 
2- O EXEMPLO:
Para facilitar a compreensão, vamos calcular a dilatação térmica em cima de um exemplo numérico:
CONCRETO = 0,00001 /0C
L1 = 6 metros = 600 centímetros
L2 = 2 metros = 200 centímetros
 = Variação térmica entre o dia mais quente (pleno verão) e a temperatura mais baixa (chuva de granizo)
 = 60
nestas condições:
J = CONCRETO . (L1+L2) . 
J = 0,00001 x (600 + 200) x 60
J = 0,00001 x 800 x 60
J = 0,48 centímetros = 4,8 milímetros

3- O PROBLEMA:

Oberve que a junta de dilatação sofre uma variação de até 4,8 milímetros e dependendo da situação, essa variação pode acontecer em poucos segundos.
Então o que acontece com uma manta que está firmemente colada nas lajes L1 e L2?
Numa retração das lajes, a junta aumenta de tamanho em J = 4,8 milímetros. Vamor supor que a manta não tenha flexibilidade nenhuma. Então ela não vai conseguir acompanhar a dilatação e vai romper:

Numa dilatação das lajes, a junta diminui de tamanho em J = 4,8 milímetros. Então, a manta vai dobrar:

A Manta Asfáltica não é rígida.
Sua flexibilidade e a capacidade de alongamento vai depender da composição química formulada pelo fabricante.
O ALONGAMENTO máximo suportado pela manta é dada pelo fabricante da manta.
LMANTA = J  MANTA
Vamos ver um caso prático de 2 fabricantes:

FABRICANTE TAXA DE ALONGAMENTO
FABRICANTE 15%
FABRICANTE 220%

Então devemos calcular o comprimento de alongamento de um trecho da manta que deverá ficar "não aderente":
LMANTA = J  MANTA

No caso da manta do FABRICANTE 1, teremos:
LMANTA, F1 = 4,8  / 0,05 = 96 milímetros
Isto significa que a manta asfáltica deverá ter um trecho de 96 milímetros sem aderência.
Para garantir essa "não aderência", devemos colocar uma fita de papel com essa largura, isto é, LMANTA, F1 = 96 milímetros.
A Taxa de Alongamento (MANTA) varia de fabricante para fabricante em função da espessura e dos materiais empregados na fabricação da manta e variam desde 2% até 30%. Obviamente, mantas com Taxa de Alongamento elevado vai ter um comportamento melhor à variação da temperatura.

MANTA PASSANDO SOBRE TRINCAS


1- O PROBLEMA:
Trincas são "juntas" criadas pela própria estrutura.
Existem 2 tipos de trincas:
1 - Trincas Passivas;
2 - Trincas Ativas.
As Trincas Passivas são aquelas que não apresentam variação de suas dimensões ao longo do tempo. São casos, por exemplo, de trincas causadas por recalques nas estruturas e nas fundações.
As Trincas Ativas são aquelas cuja dimensão varia ao longo do tempo como as trincas devido à dilatação térmica da estrutura. Muitas vezes, essas trincas ocorrem por esquecimento do projetista de inserir a Junta de Dilatação.
2- SOLUÇÃO:
O tratamento que devemos dispensar a uma trinca ativa é o mesmo que dispensamos a uma Junta de Dilatação já detalhado no Caso 24.7.
Siga o roteiro apresentado no Caso 24.7, substituindo a palabra "junta" por "trinca" e os desenhos:





ARMADURA EXPOSTA
 1- O PROBLEMA:
A armadura de laje e de pilar pode ficar exposta por uma série de motivos. Os mais comuns decorrem de falha de Cobrimento.
Entende-se como Cobrimento aquela camada de concreto que protege a armadura e não deixa a umidade do próprio ar do meio ambiente penetrar na laje e pilar indo atacar a armadura.
A gente percebe que houve o ataque por que o aço, ao virar ferrugem, aumenta de tamanho empurrando uma lasca de concreto para fora.
Muitas vezes, a gente consegue arrancar uma lasca com as próprias mãos mediante um leve esforço.
2- O DIAGNÓSTICO:
Nos casos de ataque a armadura, deve-se consultar um Engenheiro de Estruturas para fazer um diagnóstico. Ele vai examinar os locais "atacados", medir o diâmetro dos ferros, examinar a memória de cálculo do projeto estrutural e chegar a um diagnóstico.
O diagnóstico pode ser:
1 - A armadura está oxidada (enferrujada) mas  o grau de ataque é ínfimo e não afeta a segurança e nem a estabilidade das estruturas;
2 - A armadura está bastante oxidada e a estrutura está parcialmente comprometida;
3 - A armadura está totalmente oxidade e a estrutura está em vias de ruína.
Nos casos 2 e 3 irá calcular um Reforço Estrutural para socorrer a estrutura.
Em todos os casos, irá analisar a causa, isto é, o que está causando o ataque à armadura e determinar as ações para se evitar novos ataques.
3- SOLUÇÃO DEFINITIVA:
No caso do ferro enferrujado, não basta passar uma escova de aço para remover a oxidação.
Deverá ser feito um tratamento de proteção com a aplicação de um produto químico do tipo "primer anticorrosivo" elaborado à base de resina sintética com cromato de zinco capaz de oferecer alto poder inibidor de corrosão.
NOTA IMPORTANTE: Tudo isso só vai funcionar se a causa for eliminada. 

AMANHÃ CONCLUIREMOS O TÓPICO SOBRE FALHAS NA APLICAÇÃO DE MANTAS.

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