quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

Campanha esclarece a população sobre Hanseníase


No último domingo, dia 29 de janeiro, foi celebrado o Dia Internacional de Combate à Hanseníase, doença que atinge grande parte da população brasileira. Com esta preocupação, a Secretaria Municipal de Saúde de Duque de Caxias (SMS), através do Departamento de Vigilância em Saúde, iniciou, nesta quarta-feira, dia 1º de fevereiro, a Campanha Informativa sobre Hanseníase, que aconteceu no Centro Municipal de Saúde (CMS), no Centro, e se estenderá pelos quatro distritos da cidade.
Uma macha como esta, com perda de sensibilidade, é um sinal de alerta

A Hanseníase é uma doença causada por uma bactéria e que tem cura e foi com esta idéia sempre em mente que a aposentada Cleusa dos Santos, 69 anos, moradora do bairro Parque Paulista, fez tratamento durante dois anos até ser liberada pelos médicos. Acompanhada pela fisioterapeuta Daisy Bastos, do Programa de Tratamento da Hanseníase da SME, Cleusa atribui sua melhora à equipe do CMS. “Elas foram maravilhosas e me incentivaram durante todo o tempo do tratamento. No início, fiquei muito deprimida e cheguei a pensar em suicídio”, conta a aposentada, que hoje trata uma das netas, de 13 anos. “Lá no bairro tem muita gente apresentando os sintomas, mas ninguém quer procurar o médico”, alertou a aposentada, cujo marido, que morreu há três anos, também sofria de hanseníase. “Ele não morreu da doença, mas não seguiu o tratamento como eu, e o estado dele ficou muito ruim”, lembrou. 

O alerta de Cleusa é confirmado pela fisioterapeuta. Daisy revela que mais de 10 mil pessoas já fizeram tratamento no CMS, que atualmente acompanha cerca de 150 pacientes. Ela lembra que a hanseníase é uma doença contagiosa, que se espalha pelo ar através da respiração. “Aglomeração de moradia e viajar em condução sem ventilação são fatores que contribuem para a disseminação da doença”, observou a fisioterapeuta. Como a tuberculose, a hanseníase é transmitida por um bacilo e o contágio pode acontecer pelas vias respiratórias ou por contato das feridas provocadas pela doença, já em estágio avançado.
No CMS, enfermeira faz coleta de material de um paciente para ser analisado

Os sinais de alerta são manchas ou caroços na pele, dormente e indolores. Com estes sintomas, as pessoas devem procurar atendimento médico. Daisy lembra que o tratamento só existe na rede pública e dura entre seis meses a um ano, sem interrupção. Da mesma forma que a tuberculose, se o tratamento da hanseníase for interrompido o bacilo se fortalece. Os medicamentos normais não fazem efeito e precisam ter a fórmula alterada. “A dona Cleusa está de parabéns, porque seguiu nossas orientações e ficou curada. Hoje, ainda tem oportunidade de orientar as netas e os moradores de seu bairro”, disse Daisy, que exibiu um vídeo sobre a doença e deu informações à população no CMS.
Pessoas presentes no CMS assistiram a vídeo sobre a gravidade da hanseníase

A campanha, que se estendeu das 8h às 13h, contou com a participação de médicos, enfermeiros, assistentes sociais e outros profissionais de saúde. Na ocasião, foram realizados exames dermatológicos em pessoas que apresentavam casos suspeitos. A campanha continua na sexta-feira, dia 3 de janeiro, na Praça Alcir Cavalini, no Jardim Gramacho, também das 8h às 13h. Quando não tratada, a hanseníase deixa seqüelas graves e irreversíveis. O tratamento é gratuito e está disponível no PSF e nos seguintes postos de saúde dos quatro distritos:

1º Distrito: Centro Municipal de Saúde, PAM 404 e Posto Edna Sales
2º Distrito: UPH Campos Elíseos, UPH Pilar, UPH Saracuruna e Posto Antônio Granja
3º Distrito: UPH Equitativa e UPH Imbariê
4º Distrito: UPH Xerém


Texto: Nelson Soares
Fotos: Everton Barsan

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