segunda-feira, 25 de junho de 2012

Jovens de Duque de Caxiasdiscutem o planeta na Rio+20


Adolescentes duquecaxienses, com idades entre 14 e 17 anos, do Projovem Adolescente, estão participando da Conferência sobre Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas (Rio + 20), que está sendo realizada no Rio Centro. O convite foi feito pela ONG ambientalista Green Cross, que tem sede na Suíça, através de seu diretor, Xavier Guijarro, que solicitou cinco jovens de Duque de Caxias para participar do encontro, que reúne autoridades de mais de 180 países. O objetivo é formalizar um intercâmbio com jovens de diferentes nacionalidades – 18 deles visitaram a Cidade dos Meninos nesta quarta-feira - para trocar experiências sobre questões relacionadas ao meio ambiente e articular ações de convivência sustentável.

A meta é promover um exercício de conscientização e análise com relação às questões ambientais no mundo e colocar o jovem no processo de articulação para um mundo melhor, mais sustentável e, portanto, menos nocivo para a vida. O tema levado pelos jovens de Caxias para a Rio+ 20 será a situação dos moradores da Cidade dos Meninos, que chamou a atenção da Green Cross.

Eles vão participar de palestras, nas quais irão explicar as circunstâncias e a forma como os moradores convivemcom o problema. A história da Cidade dos Meninos é um grande exemplo do reflexo da interferência do homem sobre o meio ambiente, que, neste caso, resultou em sérias consequências para sua saúde. Eles vão fazer um resumo sobre a instalação da empresa fabricante do “pó de broca”, em 1946, até os dias dehoje. O bairro abriga, também, uma das unidades da Fundação Abrigo Cristo Redentor, que serviu como albergue para meninas carentes e que posteriormente passou a internar meninos, sendo batizada Cidade dos Meninos.

A área, pertencente ao Ministério da Saúde, que em 1947, implantou o Instituto de Malariologia, para a produção de pesticidas. Além de HCH, a fábrica produzia outros pesticidas. Em 1955, em decorrência da elevação dos custos de fabricação do HCH, a empresa começou aser desativada. Em 1961, o Instituto de Malariologia fechou as portas, abandonando mais de 300 toneladas de HCH, mais conhecido como “pó de broca”, no local. Em1989, após divulgação da comercialização clandestina de pesticidas nas feiraslivres de Duque de Caxias, a área foi interditada pelo Governo Federal.
Espalhado pelo chão, o produtocontaminou uma área de mais de 10 mil metros quadrados. Vários estudos comprovaram a contaminação dos compartimentos ambientais e das populações do bairro. Efeitos desta contaminação preocupam os governantes, pois mesmo interditada, a região continua sendo aproveitada para o plantio e para a pastagem de gado, cujo leite era comercializado entre os moradores.

Antes de partirem para aexperiência de suas vidas, os jovens visitaram o local, intensificaram os estudos sobre o assunto e estiveram no gabinete da secretária para um almoço onde deram uma verdadeira aula sobre o tema, mostrando intimidade e bastante desenvoltura. Os alunos do ProJovens estão hospedados em um hotel no bairro de Copacabana, onde estão também outros jovens de países como Estados Unidos, Espanha, Gana, Inglaterra, Suíça e Itália, todos concentrados na discussão dos temas relacionados ao meio ambiente.


Texto: Luiz Filho e Nelson Soares
Fotos: Antonio Carlos Oliveira

Nenhum comentário:

Postar um comentário