segunda-feira, 25 de junho de 2012

Adolescentes ambientalistas visitam a Cidade dos Meninos


Jovens de vários países do mundo, reunidos na ONG ambientalista Green Cross, da Suíça, visitaram o bairro Cidade dos Meninos, no segundo distrito de Duque de Caxias, nesta quarta-feira, 20 de junho. Eles estão no Brasil para participar da Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável (Rio+20), que acontece no Rio Centro. Um dos assuntos da pauta em discussão será o problema do hexaclorociclohexano-HCH (mais conhecido como pó de broca), abandonado no local, onde funcionava a empresa fabricante do produto, há mais de 50 anos.
Adolescentes e representantes da ONG ouvem a história do pó de broca
Os estrangeiros estavam acompanhados de adolescentes caxienses, com idades entre 14 e 17 anos, que integram o Projovem Adolescente, da secretária de Assistência Social, Roseli Duarte, e de outros colaboradores da secretaria. Os jovens brasileiros, junto com os adolescentes estrangeiros, vão levar o problema do Pó de Broca para ser discutido na Rio+ 20. Eles foram convidados pelo diretor da Green Cross, Xavier Guijarro.
Durante a visita, Roseli explicou que o bairro fica numa área federal, onde, em 1946, foi instalada a fábrica do "pó de broca”, produto usado no combate à formiga saúva, que atacava e destruía as plantações da cidade. “Depois de algum tempo, outros produtos, mais eficientes, passaram a ser usados e a empresa decidiu fechar, deixando no local toneladas de HCH”, lembrou Roseli, acrescentando que na ocasião muitas crianças e moradores sofreram vários tipos de doenças decorrentes do contato com o “pó de broca”.
Grupo observa o local interditado, onde há anos, o produto foi abandonado
O diretor da Green Cross mostrou muito interesse em colaborar para ajudar Duque de Caxias a solucionar o problema. Ele quis saber se há algum plano de ação das autoridades que possibilitem um tipo de ajuda. “Queremos muito ajudar a vocês, mas precisamos ter um ponto de partida para que possamos direcionar nossas ações”, destacou Xaviar Guijarro. Roseli explicou que, por se tratar de uma área federal, o município não tem como atuar diretamente no foco do problema. “Mesmo assim, com a visita de vocês, que levaram o caso para discussão na Rio+20, temos certeza de que o Governo Federal vai trabalhar para buscar uma solução. Os moradores dependem disso”, declarou Roseli.
Participaram da visita jovens de países como Itália, Suíça, Gana, Espanha, Estados Unidos e Inglaterra, além dos brasileiros, num total de 22 pessoas. Todos observaram com muita atenção a área com suas placas alertando para não consumir água ou outros produtos do local. Ao final, eles circularam até os limites do bairro e seguiram para o CRAS do bairro Beira-Mar, onde almoçaram.


Texto: Luiz Filho e Nelson Soares
Fotos: George Fant

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