terça-feira, 20 de dezembro de 2011

PARTE 2 - TRINCAS, FISSURAS E RACHADURAS.

ATENÇÃO!   O conteúdo deste post é meramente ilustrativo e contém dicas importantes de casos que necessitam do trabalho de especialistas como Engenheiros e Geólogos, assim como de casos em que se deve chamar o Corpo de Bombeiros e a Defesa Civil .


CAUSAS

10 - MUDANÇA DO USO:
Um prédio que foi projetado para uso residencial, está sendo usado como comércio.
Trincas por sobrecarga na laje:

Antes de instalar um almoxarifado, antes de instalar uma estante, pense bem. Procure verificar se a laje foi projetada para agüentar a carga.
Dependendo do uso pretendido, o calculista da estrutura determina a Carga Atuante na laje. Assim, quando o uso for residencial, o calculista adota o peso de 160 quilogramas por metro quadrado para as coisas que serão colocadas sobre a laje.
Se o uso for comercial, escritórios por exemplo, o calculista vai adotar uma carga maior, digamos uns 200 quilogramas por metro quadrado. Se o local vai receber carros, como num estacionamento, então o calculista vai adotar 500 quilogramas por metro quadrado.
Para casos de bibliotecas, almoxarifados e locais de armazenamento, o calculista pode adotar 1.000 quilogramas por metro quadrado.
Algumas vezes, prédios que foram projetados para uso residencial são reformados e passam a ter uso comercial. Então deveria ser feita uma revisão no Projeto Estrutural alterando as condições de carga do prédio que em vez dos 160 quilogramas por metro quadrado de uso residencial passaria a ter que suportar uma carga de 200 quilogramas por metro quadrado. Para isso, lajes, vigas, pilares e fundações precisam receber reforço adicional.

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O predio, projetado para uso residencial passou a ter uso comercial. No local da foto funciona um almoxarifado com estante contendo material de grande peso (no caso papel). Como consequencia desse peso extra, o piso cedeu e surgiram trincas horizontais na parede junto ao piso. Há riscos apra a segurança e estabilidade das estruturas do prédio? A laje pode afundar? O prédio pode cair?

11 - VIZINHANÇA: 
Construíram um "baita" prédio de 30 andares que alterou o fluxo de água subterrânea da região.
Trincas causadas por terceiros

Hoje em dia (até para diminuir o custo do condomínio) é comum alugar o espaço da cobertura para propaganda, para colocar uma antena de rádio ou TV e até mesmo para instalar uma estação rádio base para telefonia celular.
Mas deve-se tomar muitos cuidados para que o terceiro não prejudique o seu prédio. Contrate um Perito para acompanhar todo o serviço que será realizado pelo terceiro.
Veja a foto de um caso real em que a estrutura de sustentação de uma estação rádio-base está danificando o prédio por causa de um apoio mal projetado:
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Caso em São Paulo


Veja a foto de um caso real no município de São Paulo - Três sobrados são derrubados por obra que estava sendo construída no vizinho - Folha de S.Paulo de 08/01/2006.
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12 - ERRO DE PROJETO:
Por falha na concepção da esturura do prédio, há partes em desarmonia com o resto.
Trincas por muitos problemas na laje de cobertura

Laje exposta é problema:
1 - Esquenta muito. Precisa então colocar um isolante térmico.
2 - Infiltra água da chuva. Precisa então colocar uma manta impermeabilizante.
3 - Coloca-se hastes para pára-raios, sinaleiro, antena de TV, etc. Só que esses elementos não devem ser fixados diretamente na laje.
4 - A laje exposta dilata muito causando problemas nas paredes laterais.
Veja a foto de um caso real:

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Trincas por falhas na estrutura do telhado


Muitos pensam que é fácil fazer um telhado.
Veja a foto de um caso real:



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Na foto acima, vemos pontaletes apoiados diretamente sobre a laje.
Isso causa o surgimento de inúmeras trincas no teto e nas paredes 
do quarto que fica logo abaixo.

13 - COLAPSO DE MATERIAIS:
Os materiais precisam receber proteção.
Fissuras devido ao colapso do revestimento

Falta de pintura e descuido da manutenção do revestimento externo de paredes do prédio leva à perda do carbonato de cálcio que é o componente que mantém junto os grãos de areia. 
A falta de pintura regular, permite que a água da chuva lave o revestimento, levando ao estado que tecnicamente chamamos de colapso do revestimento.
Veja a foto de um caso real:
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Você sente que a parede está com problemas por que ao 
passar a mão a areia sai com facilidade. Dizemos que a 
parede foi "lavada" pelas chuvas.

Trincas por colapso do revestimento asfáltico


O asfalto é um material muito sensível a óleos e graxas. 
Por isso não devemos asfaltar locais em que os veículos freiam muito ou locais em que os veículos ficam estacionados e fazem manutenção.
Veja a foto de um caso real de uma área de estacionamento de caminhões cujo piso, de asfalto, ficou danificado pelos óleos e graxas que pingavam dos caminhões:

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Trincas por colapso do emboço

Infiltração da água da chuva ataca o revestimento, lava a cal e faz com que o revestimento perca aderência e solta a pintura. A pintura sai inteira.
Veja a foto de um caso real:
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14 - DESTACAMENTOS:
Azulejos, pisos e revestimentos podem se soltar.



Trincas devido ao destacamento do revestimento

Falhas de execução cometidas durante a fase de construção podem desenvolver problemas muitos anos depois.
O concreto armado possui no seu interior armadura de ferro que deve ser protegido da presença de água e umidade
Quem garante que a armadura não recebe umidade é o concreto bem adensado, bem vibrado quando foi lançado, quando o componente foi concretado.
Veja a foto de um caso real:

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15 - INFILTRAÇÃO:
Água e outros elementos podem se infiltrar causando danos.
Trincas devido à infiltração de água

Deficiências na impermeabilização, principalmente na laje do pavimento térreo, facilita a ocorrência de infiltrações.
Ao infiltrar na laje, a água da chuva ataca a ferragem do concreto produzindo destacamentos com lascas de concreto caindo sobre pessoas e carros.
Veja a foto de um caso real:
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Sem conseguir resolver satisfatoriamente o problema de infiltração 
de água na garagem, este condomínio não teve dúvidas: 
Colocou uma série de telhas plásticas 
para evitar que os pingos caissem sobre os carros. 
O pior é que esta mancha é difícil de tirar, pois a água de chuva, 
além de ácida, dissolve parte do cimento ao infiltrar na laje 
e ao cair sobre os carros vai produzir manchas brancas que danificam
 a pintura do carro.



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Este outro condomínio fez até um encanamento para conduzir 
a água para o esgoto, impedindo desse modo que a água caísse 
sobre os carros. O que eles não sabiam é que a água da chuva 
que é ácida e a água de lavagem do quintal superior com detergente 
são muito agressivas e dissolvem o cimento do concreto produzindo 
o enfraquecimento estrutural das vigas e pilares.

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16 - MANUTENÇÃO:
Falhas, imperícias, falta de conhecimento.
Trincas por deficiência na manutenção predial

Manutenção é coisa séria e deve ser feita regularmente. 
Por falar em Manutanção, seu prédio possui um Plano de Manutenção? Além da caixa dágua, os pára-raios, as instalações hidráulicas, o sistema de drenagem e escoamento das águas pluviais, o revestimento externo e todo o sistema de instalações elétricas, de gás, de telefonia, de TV a cabo e internet precisam ser inspecionados de tempos em tempos.
Seu condomínio está com o Arquivo de Documentos Técnica em dia? Têm as principais Normas Brasileiras sobre manutenção predial?

Veja a foto de um caso real de prédio que não recebeu uma adequada manutenção predial:
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17 - FALHA DE INSTALAÇÃO:
Negligência e imperícias.
Trincas por instalação mal executada

São muitas as "barbeiragens" praticadas na construção.
No caso abaixo, fixaram uma haste com parafusos chumbados diretamente na laje de cobertura. O problema é que esse parafuso, muito comprido, furou a manta de impermeabilização, o que causou muitas infiltrações e trincas no apartamento de baixo.
Veja a foto de um caso real:

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18 - PATOLOGIAS:
Microorganismos e insetos podem se instalar nos prédios.


Trincas causadas por patologia


Patologia são doenças que se instalam nos prédios e é difícil erradicar. Fungo, bolor, alga, mofo. São muitos os tipos de microorganismos e muito complexo estudar a sua profilaxia.
Algicida? Bactericida? Fungicida? Antimofo? Pois é! Se você tem um desses problemas, já tentou de tudo e o problema continua, então é hora de contratar um Patolgista de Edificações.
Veja a foto de um caso real:

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Trincas causadas por cupim


Nas cidades de clima tropical, estamos enxotando os predadores dos cupins para bem longe. Predadores são aqueles que comem o cupim e não deixam eles se proliferarem. Não tem passarinho, nem mesmo pombos.
Então os cupins reinam e se proliferam à vontade.
Além de atacar os móveis de madeira, os cupins atacam também a construção.
Veja a foto de um caso real:
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19 - CORROSÃO:
Saiba o que é Corrosão eletroquímica ou corrosão catódica.



Trincas decorrentes de Corrosão Galvânica


O FENÔMENO:

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Qualquer componente metálico, quando colocado dentro de um meio aquoso tem os seus elétrons positivos atraídos pelos elétrons negativos do meio.
Esse fenômeno, conhecido como galvanismo, é o princípio das pilhas galvânicas. O polo negativo é chamado de cátodo e o positivo de ânodo.
A presença de determinados sais no meio aquoso potencializa o fenômeno.

Como resultado dessa atração, o metal perde o elétron positivo, isto é, ocorre uma reação química em que o metal (duro) é transformado em um sal solúvel.O sal, sendo solúvel, é carriado pela água. A isso chamamos de corrosão ou mais especificamente corrosão eletroquímica, também conhecida como corrosão catódica.
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imagem38b.JPG (9026 bytes)Esse fenômeno acontece:
  • Num cano de água enterrado ou embutido no concreto;
  • Num cano de gás enterrado ou embutido no concreto;
  • Na armadura do concreto de caixas d´água;
  • Na armadura do concreto aparente de fachadas;
  • Na armadura do concreto de áreas úmidas;
  • Na armadura das fundações de um prédio;
  • Nas partes do concreto que recebem água com freqüência.
COMO RESOLVER?

Uma das soluções é aplicar um revestimento de um material cujo óxido não seja solúvel.
O zinco por exemplo, produz sais insolúveis. Na presença do oxigênio produz óxido de zinco que é insolúvel. Na presença do gás carbônico produz carbonato de zinco que é insolúvel. Na presença de cloretos (água do mar) produz cloreto de zinco que é insolúvel. Na presença de enxofre produz sulfato de zinco que é insolúvel.
É por isso que o zinco é aplicado em boa parte de tubos. O processo de aplicação de zinco chama-se galvanização e o tubo protegido é conhecido como tubo galvanizado.
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MAS NEM SEMPRE É POSSÍVEL APLICAR ESSE REVESTIMENTO.

imagem38d.JPG (7596 bytes)Então podemos "oferecer" ânions aos "esfomeados" cátions através de um outro material cuja atividade aniônica seja mais intensa.Essa técnica é conhecida como proteção catódica. Mais uma vez, o zinco é o metal ideal para essa proteção. A adição de certos "aditivos" como o irídio potencializa a propriedade aniônica do zinco.
O material que oferece ânions é chamado de ânodo de sacrifício e vai perdendo matéria ao longo do tempo. Deve estar eletricamente ligado ao metal que desejamos proteger.
Como vai perdendo material, chega um dia em que a proteção catódica deixa de funcionar.

MAS ...Como podemos oferecer proteção à armadura em situações como esta de pilares sujeitos à ação freqüente de água?
Não basta escovar (mesmo que seja com escova de aço) a armadura enferrujada e refazer o revestimento de concreto (mesmo que enriquecido com aditivos especiais) pois esse revestimento ainda vai permitir a penetração da água.
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imagem38f.JPG (27798 bytes)Existe, no mercado, uma tela chamada TELA-G que ao ser aplicada por sobre a armadura do pilar, faz uma proteção catódica onde a tela funciona como anodo de sacrifício e, dessa forma, a armadura do pilar deixa de sofrer o ataque, isto é, a corrosão catódica.É uma tela especial fabricada com zinco e outros ativadores.

Outra opção disponível no mercado são pastilhas denominadas pastilha-Z que são empregadas como os espaçadores comuns e amarrados na armadura, ficando entre a armadura e a forma.Da mesma forma que os espaçadores comuns, são feitas de cimento e areia, porém com uma diferença - contém no seu interior uma placa de material de alta atividade aniônica e funcionam como anodo de sacrifício.imagem38g.JPG (27964 bytes)
Todas essas soluções baseadas na inclusão de anodos de sacrifício devem ser calculadas pois o tipo de tela e a quantidade de pastilhas dependem do grau de agressividade catódica do meio.


Amanhã, publicaremos mais uma parte desta matéria.







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