ATENÇÃO! O conteúdo deste post é meramente ilustrativo e emprega uma linguagem de fácil compreenção de leigos e contém dicas importantes de casos que necessitam do trabalho de especialistas como Engenheiros e Geólogos, assim como de casos em que se deve chamar o Corpo de Bombeiros e a Defesa Civil .
Este estudo contém um conjunto de características comportamentais dos rios para a facilidade de compreensão por parte de pessoas leigas no assunto.
Por que e como acontecem as enchentes e inundações?
Tem como objetivo permitir a participação de leigos, para que toda a população envolvida em situações de enchentes possa contribuir com o fornecimento de testemunhos, de fatos e dados históricos assim como de sugestões para minimizar o impacto das enchentes no cotidiano dos moradores, lojas e indústrias das regiões afetadas.
O estudo do fluxo hidráulico de um rio deve sempre ser enfocado de forma completa, abrangendo todos os fenômenos que interferem, direta ou indiretamente, com o fluxo natural das águas, como o clima, a topografia, as condições geofísicas, as características de uso e ocupação da região e, principalmente, os hábitos e costumes da população ribeirinha.
Na elaboração das soluções devem participar profissionais especialistas de diversas modalidades técnicas como Engenharia Civil, Física, Geologia, Engenharia de Solos, Engenharia Hidráulica de Rios, Meteorologia e Climatologia.
Os rios parecem seres vivos. Apresentam comportamentos próprios de difícil compreensão e são muitos melindrosos e caprichosos.
Existem RIOS NOVOS. Estes são cheios de energia, impetuosos, abrem seu próprio caminho e se alguém colocar uma enorme pedra em seu caminho o rio quebra a pedra e segue em frente. Exemplo disso é o rio Colorado nos EUA, formador do Grand Canyon. Um rio jovem com "apenas" 60 milhões de anos ainda conserva sua energia inicial e continua a escavar o solo duro do Colorado nos EUA.
Por outro lado, existem os RIOS VELHOS. Estes parecem cansados e fazem de tudo para descansar. Abrem meandros caprichados e se alguém abrir um canal para encurtar distâncias, o rio fecha o canal e volta para o seu meandro antigo.
Como se vê, o rio não é apenas uma quantidade de água que escoa por uma vala. Sendo o rio um organismo vivo, as soluções de engenharia como retificação, alargamento, aprofundamento, construção de canais, galerias, barragens, vertedouros, etc. devem ser elaboradas sob a supervisão de técnicos com muita experiência no assunto.
2 - Bacias, Sub-bacias e Terminologia
Bacias e Sub-bacias. A bacia é uma área geográfica que compreende o rio. Os limites da bacia é formada pela linha divisora de águas conhecida como espigão.
DEFINIÇÕES: Para a perfeita compreensão dos fatores adiante apresentados, se faz necessária a conceituação de determinados termos técnicos.
PLUVIOLOGIA: Ciência que estuda a chuva. Participam físicos, meteorologistas, climatologistas e outros especialistas.
FLUVIOLOGIA: Ciência que estuda o rio. Participam engenheiros, topógrafos e outros especialistas.
INTENSIDADE PLUVIOMÉTRICA: Índice que fornece a quantidade de água que cai em um determinado espaço de tempo. Mede-se em milímetros por hora.
BACIA OU SUB-BACIA: Aquela região delimitada pela linha divisória e que faz com que a água da chuva escorra para esta ou outra bacia.
ÁREA DE CONTRIBUIÇÃO: Aquele espaço em m2 ou km2 que dá o tamanho da bacia ou sub-bacia.
MONTANTE: Região localizada acima do local estudado.
JUSANTE: Região localizada abaixo do local estudado.
VAZÃO DO RIO: Quantidade de água que passa por um local em um espaço de tempo. Mede-se em m3/s (metros cúbicos por segundo). 1 m3 equivale a 1.000 litros. Para aumentar a vazão de um rio, deve-se aumentar a velocidade.
DECLIVIDADE: Inclinação do fundo do rio. Quanto maior a declividade maior será a velocidade de escoamento do rio.
SEÇÃO TRANSVERSAL: Área da seção transversal em certo local, medida em m2 (metros quadrados).
FORMAS DA SEÇÃO TRANSVERSAL:
3 - As Mudanças Climáticas
As sucessivas e contínuas ocupações feitas pelo ser humano, a urbanização, o loteamento e o progresso, afetam o clima da região de forma irreversível.
Ex:
FLORESTA TROPICAL
| O sol manda muita energia para a Terra. |
Esse tipo de clima favorece a absorvição da energia solar pelas plantas para o seu processo de fotossíntese. Isso significa que bem pouco ou quase nenhum calor é jogado para a atmosfera. | |
Nessas condições, as chuvas são distribuídas ao longo do ano com razoável uniformidade e são caracterizadas por chuvas de pequena intensidade pluviométrica e de longa duração. Cai bastante água (pois estamos na região do Trópico de Capricórnio) mas é bem distribuída ao longo do ano. |
DESERTO DE AREIA
Para não causar transtornos às pessoas, as areias são convenientemente agregadas com cimento. Tudo é areia. | |||||||
Como os prédios, telhados, asfalto da rua, quadras de esporte, cobertura de prédios, Shopping Centers, Supermercados, etc. não consomem energia, toda a energia do sol é transformada em calor e este calor é jogado na atmosfera. | |||||||
Veja como a areia é consolidada e agregada. | |||||||
As chuvas são concentradas no período quente (verão) e são caracterizadas por chuvas de grande intensidade pluviométrica e curta duração. Continua chovendo a mesma quantidade de água no ano, só que concentrada em determinados dias. Cada vez que aumentamos a "área de areia" (prédios, ruas, supermercados, hipermercados, etc.) concentra ainda mais as chuvas.
4 - Diferença entre Chuva de Verão e Chuva de Inverno
Existe uma grande diferença entre Chuva de Verão e Chuva de Inverno. Os fatores que produzem a Chuva de Verão são totalmente diferentes dos fatores que produzem a Chuva de Inverno.
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8 - OS CAPRICHOS DE UM RIO
Por que será que nem sempre uma superfície lisa, bem lisa, é a que propícia a maior velocidade de deslocamento?Antigamente, as bolas de golfe era fabricadas com um acabamento bem liso pois imaginava-se que quanto mais lisa fosse a superfície menor seria o atrito da bola com o ar e assim, num arremesso, a bola lisa iria voar mais longe.Entretanto, a prática mostrava que as bolas novas (com a superfície bem lisa) não adquiriam velocidade e não conseguiam ir muito longe. Os jogadores preferiam as bolas velhas cheias de buracos e amassados pois elas voavam mais longe. Veja uma foto de uma bola na época em que elas eram de madeira:
Obviamente achavam que esta preferência era capricho de jogador e isso nunca mereceu atenção especial até que em 1972 alguém teve a idéia de fabricar bolas com buraquinhos.
Hoje, só se fabrica este tipo de bola com cerca de 300 buracos.Muitos tentam explicar as razões por que essas bolas com buracos voam mais rápido que as bolas lisas porém não há uma teoria universalmente aceita.Outra curiosidade está na história da bola de tenis.Da mesma forma que as bolas de golfe, as de tênis eram fabricadas de couro costurado e eram bem lisas.
Os jogadores preferiam as bolas velhas com o couro todo esfarrapado e cheias de fiapos.Hoje, todas as bolas de tênis são revestidas com um feltro de fibras longas. Durante uma partida, uma bola nova serve para apenas algumas poucas jogadas pois em cada saque os fiapos do feltro vão se soltando e a bola vai ficando careca.
O rio tem um comportamento parecido.Quando uma porção de água flui pelo leito, forma-se entre o leito e a camada que flui uma camada de deslizamento.Os teóricos representam o movimento laminar com um gráfico do tipo:
Mas veja que este gráfico não representa exatamente o fenômeno que acontece no canal do rio. Na realidade, formam-se pequenos redemoinhos de água que vão rolando por cima de outros redemoinhos.
Vamos imaginar que esses redemoinhos sejam as rodas de uma bicicleta. Junto à superfície os redemoinhos serão maiores e correm mais. Junto ao fundo os redemoinhos são menores e andam mais devagar.
Esses redemoinhos não giram apenas no plano vertical. Giram em todos os planos e em todas as direções, inclusive para trás.
Quando observamos o rio a partir de um plano supeior, temos a impressão que o rio caminha de forma uniforme, isto é, possui velocidade uniforme de uma margem para a outra.
Mas, na realidade, a velocidade é menor junto às margens:
Outra impressão que temos é que o rio caminha de forma uniforme com todas as gotas de água caminhando junto todas para o mesmo lado. Entretanto, se prestarmos atenção, veremos que a superfície da água é formada por pequenos e grandes redemoinhos.
Lembrando o Efeito Coriolis, veremos que um determinado redemoinho vai ter a tendência de desviar para a direita ou para a esquerda dependendo se o redemoinho está girando no sentido horário ou no sentido anti-horário. Representando um determinado redemoinho ao longo de sua trajetória, poderemos observar algo do tipo:
É a mesma trajetória que uma bola jogada com efeito (isso é muito explorado no futebol e no tenis) faz, desviando para a direita ou para a esquerda ou então para cima ou para baixo dependendo do sentido de rotação e também da velocidade de rotação e da velocidade do deslocamento. No caso das bolas não existe ainda uma explicação científica (teoria) universalmente aceita mas no caso do redemoinho existente nos ventos o fenômeno é bastante estudado no caso dos furacões e os furacões do hemisfério norte figram no sentido anti-horário e os do sul no sentido horário.
É por causa desses fenômenos que um rio velho não consegue caminhar reto, confinado, dentro de um canal reto e vai manifestar uma certa rebeldia indo de encontro contra a margem. Eu chamo isso de "caprichos" de um rio pois não encontrei uma teoria que explique isso.Como já dizia Leonardo da Vinci (Se tiveres que tratar com a água consulta primeiro a experiência e depois a razão) entender o comportamento das águas em seu ambiente natural é coisa difícil pois falta-nos conhecimento científico que possa nos mostrar de forma matemática. Quem sabe, um de nossos jovens internautas com vocação científica venha a desenvolver um dia uma teoria sobre isso.
Eng°. Roberto Massaru Watanabe.
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