O vento exerce pressões e sucções nas edificações, de forma variada, contínua ou intermitente, causando efeitos indesejáveis.
Veja, esquematicamente como age o vento sobre um corpo:
1 - VENTO A BARLAVENTO
PRODUZ UM ESFORÇO DE PRESSÃO SOBRE O COMPONENTE, EMPURRANDO-O NA DIREÇÃO E SENTIDO DO VENTO
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2 - VENTO PARALELO
PRODUZ UM ESFORÇO DE SUCÇÃO VERTICAL SOBRE O COMPONENTE, PUXANDO-O NA DIREÇÃO PERPENDICULAR AO DO VENTO
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3 - VENTO A SOTA-VENTO
PRODUZ UM ESFORÇO DE SUCÇÃO SOBRE O COMPONENTE, PUXANDO-O NA DIREÇÃO E SENTIDO DO VENTO
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4 - VENTO COM PRESSÃO INTERNA
PRODUZ UM ESFORÇO DE PRESSÃO SOBRE O COMPONENTE, EMPURRANDO-O NA DIREÇÃO E SENTIDO DO VENTO E NA DIREÇÃO PERPENDICULAR AO DO VENTO
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5 - VENTO COM SUCÇÃO INTERNA
PRODUZ UM ESFORÇO DE SUCÇÃO SOBRE O COMPONENTE, PUXANDO-O NA DIREÇÃO E SENTIDO DO VENTO E NA DIREÇÃO PERPENDICULAR AO DO VENTO
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Os valores mínimos das cargas acidentais, produzidas pelo vento, que devem ser considerados no cálculo das estruturas de edifícios estão fixadas na Norma Brasileira NBR-6120 - (antiga NB-5) - Cargas para o Cálculo de Estruturas de Edifícios.
Veja um caso prático de ação do vento sobre um telhado:
Não basta seguir as Normas Técnicas e nem as Cartas de Ventos. Muitas vezes, os condicionantes locais afetam de forma mais preponderante e com muitos efeitos danosos.
Não basta analisar a ação dos ventos baseando o estudo somente nas normas técnicas ou nas cartas de vento ou gráficos levantados com o emprego de anemômetros.
Existem condicionantes locais como áreas abertas ou fechadas, prédios altos, revestimentos térmicos, espelhos d'água, praças arvorizadas, avenidas em fundo de vale e outros fatores topográficos que canalizam, conduzem e condicionam o vento em determinadas direções.
Outro fator muito importante é o estudo do vão da janela e dos condicionantes que podem potencializar ou atenuar a ação danosa dos ventos. Veja um caso genérico ilustrado pela figura seguinte:
1 - Toda parede de prédio forma um "rio" de água da chuva que corre aderente à parede. Quanto mais alto o prédio, maior o volume nesse "rio". Janelas localizadas nos andares mais baixos sofrem mais com essa enxurrada;2 - O vento possui um componente horizontal que chamamos de Vento Horizontal;3 - O vento horizontal, atuando na verga superior da janela, ajudado pelo buraco da janela, cria uma corrente ascendente que não deixa a beira da verga expelir a água. O vento horizontal vai confinar a água que desce pela parede empurrando-a para "dentro" junto á janela. Já vi água correndo na verga "para cima" empurrada pelo vento (mesmo tendo caimento para fora);4 - Toda essa água vai acabar na canaleta dos trilhos da janela. Muitas vezes, os furos de drenagem são mal dimensionados, são insuficientes ou estão entupidos. Então as canaletas transbordam;5 - O vento horizontal, atuando no peitoril da janela cria uma barreira ao escoamento das águas;6 - A pressão do vento cria uma barreira no peitoril. Já vi, em dias de chuva com vento, formar uma "piscina" com 10 centímetros de altura no peitoril;7 - A pressão do vento não deixa o furo de drenagem funcionar e provoca um transbordamento na parte interna da canaleta da janela. Já vi canaletas que tem a borda interna 10 centímetros mais alta que a borda externa e mesmo assim transbordar para dentro;8 - Falha na vedação entre a folha móvel e o trilho facilita a penetração do vento. Além de silvos que incomodam, já vi a canaleta "borbulhar" na parte interna.
Eng°. Roberto Massaru Watanabe
Parabéns pelo conteúdo de excelente qualidade disposto, deveria servir de exemplo para todo o Brasil e no exterior também.
ResponderExcluirNão só por esta postagem, mas, por todas contidas neste blog.
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