A plateia acompanhou com atenção à apresentação de Arthur Moreira Lima
O maestro e pianista Arthur Moreira Lima fez na noite de ontem, quinta-feira, 15 de março, uma histórica apresentação no Centro Cultural Oscar Niemeyer, em Duque de Caxias. O público presente se emocionou ao ouvir, pela primeira vez na Baixada Fluminense, um repertório eclético, que inclui obras de compositores como Chopin, Bach, Beethoven, Villa Lobos, Astor Piazzola, Ernesto Nazaré, Pixinguinha, Radamés Gnatalli e Luiz Gonzaga, entre outros, que ganham interpretação única com o renomado músico. A apresentação fez parte do projeto: “Um Piano pela Estrada - Brasil Sertões 2”, que incluiu Duque de Caxias em seu roteiro através de parceria com a Secretaria de Cultura e Turismo. Ele utiliza um caminhão que se transforma em palco, com 45m2 de área de cena.
Nas cadeiras montadas ao ar livre, pessoas de várias idades se acomodavam, enquanto muitas outras acompanharam o recital em pé. Rodrigo Krauss, de apenas três anos, circulava de um lado para o outro e chamava a atenção do público e dos jornalistas. Com um arco e um pequeno violino, tentava tirar sons do instrumento, sempre sob o olhar atento da mãe Flávia, que explicava: “Ele adora assistir programas de música na televisão. São os seus favoritos”. O instrumento, segundo ela, foi presente que ele pediu para o dia das crianças. “Ele já tinha um cavaquinho dado pelo bisavô”, completou.
Foram cerca de 60 minutos que deixaram a plateia atenta e emocionada a cada acorde tocado no Steinway & Sons de cauda, que roda o país com o artista. Em um pequeno intervalo onde agradece os patrocinadores e parceiros, Moreira Lima explica: “É o décimo ano do projeto, que começou descendo o Rio São Francisco. A apresentação de hoje é a 432ª com o caminhão. São mais de 200 mil quilômetros, o que equivale a cinco voltas no planeta”. O músico falou de peculiaridades que viu e situações que vivenciou na estrada. “A viagem me fez conhecer melhor o meu país e exercer melhor minha cidadania. Eu não queria ter mesmo nascido em outro lugar. E nem vocês, acredito. O Brasil é um grande país”, sob muitos aplausos.
Rodrigo Krauss, de apenas três anos, desfilou entre o público com seu violino
“Muito bom. Duque de Caxias recebe o músico de grandeza, o “Niemeyer da música”, disse o ator Hildebrando Jesus Moreno, 55 anos, referindo-se ao local da apresentação, erguido por Oscar Niemeyer. “É a arte elevando a Baixada. Estou feliz por vivenciar este momento”, completou. O empresário Paulo Marinho, 46 anos, duquecaxiense de berço, também não conseguia esconder a emoção. “Pena que não vou poder ficar até o final, pois tenho um compromisso de negócios”. Ao ser perguntado sobre a importância do evento para a região, disparou: “Olhe em volta, são pessoas simples, humildes. Os moradores da Baixada tem sensibilidade e merecem programas como esse. Torço para que tenhamos sempre eventos deste porte”, sugeriu. O artesão Carlos Cahé, presidente do Fórum Cultural da Baixada Fluminense, também elogiou a iniciativa. “A cidade mostra sua força e esforço para se manter na vanguarda da cultura de nossa região. A plateia, silenciosa e compenetrada durante o concerto, se mostrava festiva e calorosa, em retribuição, no final de casa obra. Parabéns à Prefeitura, parabéns à Secretaria de Cultura e Turismo e todos envolvidos nessa fantástica iniciativa”.
Arthur Moreira Lima encerrou a apresentação com o Hino Nacional Brasileiro, acompanhado de pé pelos presentes. Voltou ao palco para agradecer novamente o público, depois de vários pedidos de bis. Antes de retornar ao Rio, o músico, acompanhado do Secretário de Cultura e Turismo, Gutemberg Cardoso, e do presidente da Academia Duquecaxiense de Letras e Artes (ADLA), Sidney Oliveira, participou de um jantar no restaurante À Mineira, um dos estabelecimentos que apoiou o recital.
Carlos Cahé parabenizou os organizadores do recital
O pianista apresentou obras de mestres eruditos e compositores brasileiros
Texto: Josué Cardoso
Fotos: Marcio Leandro
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